A Primeira Vez que Vi Dança Árabe
A história é bem longa mas vou resumir ao máximo.Era uma noite de junho de 1997 na cidade de Manaus em uma época que ninguém tinha internet banda larga em casa e celular era coisa rara de se ver. Essa noite parecia igual a todas as outras até eu aceitar o convite dos amigos para assistir o festival folclórico do bairro, mais conhecido como festa junina, onde se apresentam quadrilhas e no caso da cidade onde moro ciranda, cangaço e o que mais aparecer de dança.
E lá estava eu já entediada no meio da multidão assistindo aquelas intermináveis apresentações de cirandas, não que eu não goste de ciranda mas nessa noite eu não estava afim de ver, e quando viro as costas para o tablado ( um tipo de palco a céu aberto) já saindo rumo a meu lar doce lar, eis que ouço o lucutor anunciar: E COM VOCÊS DANÇA INTERNACIONAL LIBIAAAAAAAAAAAAAAA!!!
Viro-me novamente para o palco e uma música linda começa a tocar no fundo, (Amr Diab -Werge't Min Elsafarr, segunda musica da playlist do blog) com um ar de mistério, algo diferente que nunca tinha escutado até então, mas que parecia que me pertencia e foi tomando conta de mim, fiquei maravilhada, o coração começou acelerar no peito quando de repente eles começaram a entrar no palco vagarosamente, uma fila de casais muito bem trajados, em preto, branco e prata. As meninas lindas bem maquiadas sorridentes e simpáticas e os meninos uns gigantes, lindos e cheios de expressividade, e eu lá na plateia tentando compreender tudo aquilo, tentando assimilar a tamanha emoção que tava sentindo.
Chorei, gritei, aplaudi vibrei em todas a musicas que dançaram, uma mais linda que a outra, e no coração só uma vontade: EU PRECISO DANÇAR ISSO! Assim que o grupo se retirou do palco, dei a volta vencendo a multidão até chegar neles, puxei um dos bailarinos pela camisa(Janderson), e a pergunta foi: pelo amor de Deus como faço para fazer parte desse grupo?
Nem dormi direito esse dia, cheguei em casa fiquei tentando reproduzir os passos, minha irmã é testemunha ocular desse fato, e 10 dias depois eu já estava lá no ensaio deles em uma quadra de escola publica mais especificamente no bairro do japiim, sem espelhos, chão sem cerâmica mas era o oásis de um grupo realmente amigo e unido que até os dias de hoje se reúnem e muitos ainda dançam e como dançam.
Em 1998 eu já estava com eles, dessa vez não mais na plateia, mas de mãos dadas no palco sentindo pela primeira vez o chão tremer de baixo dos pés, e fui solista do grupo também nesse ano (tomara que não tenham filmado isso) kkkk afinal a gente não
aprendia DV nem Dança Árabe a agente imitava DV, era tudo na raça e na coragem e não tinha muita informação a respeito, principalmente de tecnicas de dança ou da parte cultural mesmo.
No Centro- Aziza Zayn- 1998 |
Embora não tenha mais me apresentado desde então em nenhum grupo de Manaus devido as circunstâncias da vida que sempre me impediram de viver a dança do jeito que quis, sempre acompanhei o trabalho de todos e nunca deixei de dançar em casa, ou seja A DANÇA ÁRABE NUNCA MAIS SAIU DE MIM e até hoje as Danças Árabes são minha maior paixão nessa vida, assumo que sou dependente, NÃO CONSIGO VIVER SEM!
Agradecimento Especial a Enoque Morais meu primeiro professor de Danças Árabes, excelente coreógrafo e que me ensinou a danças masculina rsrsrsr.
Agradeço também ao Moandro e Lindoval coreógrafos do grupo feminino super empenhados e bailarinos que me inspiram até hoje!
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